O Abrigo - Estudo de caso

Em novembro de 2020 o Abrigo participou numa sessão de debate e reflexão sobre os “Os desafios do distanciamento nas organizações de proximidade”, uma iniciativa da secção temática Sociedade civil, economias alternativas e voluntariado da Associação Portuguesa de Sociologia, co-organizada com a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e com o Instituto e Departamento de Sociologia da Universidade do Porto. Da nossa participação resultou a publicação de um artigo científico na Revista de Sociologia. Para memória futura, as nossas reflexões em pleno contexto de pandemia:

Referencial Humanitude

 
 
O dia 27 de maio foi um dia extremamente importante para o Porto de Abrigo.
Recebemos uma equipa de auditores do IGM Portugal que vieram aferir a conformidade do nosso trabalho com o referencial Humanitude. O João Araújo e a Amélia Martins já são nossos conhecidos mas, a Liliana Henriques veio ao Abrigo pela primeira vez.
 
Além da avaliação da prestação de cuidados com a grelha de captura sensorial, foram avaliadas dimensões relacionadas com:
- a vida da casa, 
- procedimentos de trabalho, 
- ocupação do tempo,
- cuidados de alimentação,
- registos e
- dinâmica de funcionamento.
 
Foi em 2014 que realizamos a primeira formação da equipa de trabalho na filosofia Humanitude e na metodologia de cuidados Gineste-Marescotti. Podia ter sido só mais uma formação sobre prestação de cuidados mas, revolucionou a nossa forma de trabalhar. Hoje, a adesão aos cuidados é de 99% e isto quer dizer que temos 1% de agitação e recusa nos cuidados.  Esta metodologia que adotamos transformou a casa que somos e que queremos ser.
 
Passados quase dez anos, é um privilégio poder dizer que O Porto de Abrigo foi o primeiro lar de idosos em Portugal a receber a auditoria ao referencial Humanitude.
 
Foram identificadas oportunidades de melhoria, principalmente no sistema documental de registo e monitorização de resultados.
No entanto, a prática de cuidados que foi observada superou qualquer expectativa.
Foi referida com emoção a graciosidade da equipa na prestação de cuidados. Os gestos das cuidadoras parecem fáceis e espontâneos mas, revelam treino e profissionalização: são delicados, precisos e eficazes.
Foi enaltecida a "dociabilidade ambiental" da nossa casa: o som, o cheiro, os espaços e o ambiente são harmoniosos, agradáveis e estimulam sensorialmente de uma forma positiva as pessoas que vivem e trabalham nesta casa.
Foram destacados os nossos procedimentos de trabalho que garantem que a casa é organizada sem haver sobreposição das tarefas às necessidades e bem estar de quem cuidamos.
 
Vamos ter de aguardar pela receção do relatório e avaliação do mesmo pelos autores franceses da Humanitude.
Na reunião de encerramento da auditoria ficou claro que o Porto de Abrigo conseguiu demonstrar a conformidade do trabalho com os critérios do referencial Humanitude.
E este é um motivo de orgulho e reflexo de muito trabalho.
 
 
  
 
 
 
 

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Comida e dignidade - porquê este projeto?

Quando uma pessoa que depende dos nossos cuidados recusa a alimentação acontece um de dois cenários possíveis: o cuidador aceita a recusa ou o cuidador ignora a recusa. Ambas as opções são más para todos os envolvidos.

O impacto da recusa da alimentação no cuidador é enorme: se insistir facilmente ultrapassa a linha dos cuidados em força, se ignorar facilmente ultrapassa a linha da negligência.

O impacto na pessoa que recebe o cuidado também é grande: se não lhe for proporcionada a alimentação adequada rapidamente perde saúde, se o forçarem na alimentação maior será o seu desconforto e mal-estar.


Apesar das nossas melhores intenções, nem sempre conseguimos impedir o impacto negativo das nossas práticas. Torna-se mais simples implementar medidas que garantam que a alimentação acontece sempre e da forma o mais segura possível. Entram em ação os robots de cozinha que trituram todos os componentes da refeição em variações líquidas ou cremosas, mas sempre com a aparência de uma papa como ilustra a imagem. Retiramos o aspeto de comida à comida.


O projeto Comida e dignidade - uma prática institucional de alimentação assistida nasce desta inquietação e da consciência da responsabilidade organizacional que temos quando ajudamos a cuidar de pessoas dependentes.

Feliz Páscoa

Presentear é uma forma de agradecer e de reconhecer a importância das pessoas pelas quais temos consideração e estima.
Com esta oferta, a Direção agradece o compromisso de toda a equipa de trabalho em prestar bons cuidados às pessoas e famílias que contam, todos os dias, com o Abrigo. A Direção reconhece que é o trabalho e o contributo de todas nós que permite concretizar a missão do Abrigo: ajudar a cuidar.
E porque queremos cuidar em ternura, importa cultivar os gestos de apreço, o reconhecimento do outro e a gentileza.
Que nesta época festiva seja celebrado o amor!
Feliz Páscoa!

Centro Social e Paroquial de Pedroso

É com muita satisfação e consideração que recebemos quem nos procura para conhecer o nosso trabalho. Para aprender é preciso admitir que não sabemos tudo e que há sempre espaço para melhorar. É preciso humildade e coragem. Nós também estamos muitas vezes neste papel e por isso sabemos a importância e o impacto que momentos como este têm para nos inspirar e incentivar.
Muito obrigada ao Centro Social e Paroquial de São Pedro de Pedroso pela visita ao Porto de Abrigo.

Bom trabalho na transformação do mundo dos cuidados a pessoas idosas.❤️

Bem EnvelheSer

Quando nos convidam para partilhar a nossa experiência de trabalho no Porto de Abrigo ficamos muito contentes. Falar sobre o que fazemos é inspirador para os outros profissionais que nos ouvem e ajuda-nos a todos a crescer. Ao partilhar o nosso conhecimento, nós também aprendemos com o olhar dos outros sobre nós. Terminamos todos melhor do que quando começamos e, em última análise, fazemos parte da mudança no sentido do mundo que queremos construir. Um mundo no qual os cuidados a pessoas idosas é um mundo de ternura.

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